O presidente dos Estados Unidos da América pediu hoje aos líderes africanos que lutem contra o “cancro da corrupção” e respeitem as constituições dos seus países e não procurem eternizar-se no poder.
“Ninguém deve ser presidente toda a vida”, afirmou Barack Obama, primeiro presidente dos EUA em exercício a discursar na sede da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, para os chefes de Estado e de governo dos 54 países.
“O progresso democrático em África está em risco quando os líderes se recusam em deixar o poder no final dos seus mandatos”, alertou Obama,
“O progresso de África também vai depender da democracia, porque os africanos, como todas as pessoas do mundo, merecem a dignidade de serem capazes de controlar as suas próprias vidas”, acrescentou o líder da Casa Branca, que não se coibiu de enumerar “os ingredientes de uma verdadeira democracia: eleições livres e justas, liberdade de expressão e de imprensa e liberdade de reunião”.
O discurso em Adis Abeba foi o momento alto de uma visita histórica à África Oriental que começou no Quénia, terra do pai, e Barack Obama (que começou por dizer que se apresentava como um “orgulhoso americano” mas também como “o filho de um africano) não se coibiu de tocar em assuntos delicados como a fragilidade das democracias africanas, sujeitas a presidentes e partidos que procuram alterar as constituições a seu bel-prazer, e a corrupção que ameaça o futuro do continente.
“Nada libertará mais o potencial económico de África do que a erradicação do cancro da corrupção”, porque se é certo que “a corrupção existe em todo o mundo”, em África “a corrupção retira milhões de dólares das economias, dinheiro que poderia ser utilizado para criar emprego, construir hospitais e escolas”, explicou.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA pediu ao mundo “para mudar a sua visão de África” e “abandonar os velhos estereótipos de uma África sempre ligada à pobreza e aos conflitos” e encarar o continente de outra forma. Como um sítio que está a crescer economicamente e onde há oportunidades.
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