Cientistas dizem que é para o bem pois ajudaria a curar varias doenças
Pode até parecer loucura, mas a ideia da
Agência de Saúde dos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Saúde
(INS), está realmente sendo avaliada. Por enquanto eles esperam
financiamento do governo para que o estudo de misturar células humanas
com os embriões de animais possa acontecer.
Aparentemente, o estudo tentará combinar
seres humanos e animais de forma a criar uma nova “mistura”. Mas a
ideia ainda provoca muitas controvérsias e causa repulsa para os
críticos, principalmente por conta da ética. Ativistas contra híbridos
humano-animal acreditam que isso levará a uma completa destruição das
espécies do mundo.
Mas, de acordo com o INS, o estudo
poderia gerar grandes descobertas para acabar com doenças como o
Alzheimer e o Parkinson. Além disso, também poderia ajudar no
crescimento de órgãos necessários em transplantes humanos.
Em 2009,
o INS teve orientações emitidas pela Pesquisa de Células-Tronco Humanas
que proibiram o uso de células humanas na fusão de animais, assim como
procriação de animais usando óvulos ou células-tronco. Isso foi elogiado
por ativistas contra híbridos humano-animal.
Mas foi em 2015 que as coisas mudaram um pouco. A agência emitiu um comunicado sobre a pesquisa do uso de células humanas em cérebros animais. Entretanto, o INS parece ter mudado de ideia e agora quer se arriscar em um campo que foi negado anos atrás.
Para os críticos, essa é uma questão que
pode acarretar sérios problemas éticos, ainda mais considerando o que a
população hoje vê como aceitável. Eles acreditam que é totalmente
antiético alterar o cérebro de um animal com células humanas, ainda mais
pelo fato de os animais não conseguirem se comunicar com os humanos
para saber sobre sua decisão.
O
pesquisador, Stuart Newman, diz que se o estudo tiver o apoio do
governo, irá expor os animais ao sofrimento, coisa que muito
provavelmente os pesquisadores não saberão. E ainda diz que o estudo é
uma área que o INS não deveria ter como investigar.
“Digamos que nós tenhamos porcos com
células humanas e eles estão se perguntando porque estamos fazendo esses
experimentos neles. E se tivéssemos corpos humanos com cérebros animais
e então você diga ‘Bem, eles não só realmente humanos, nós podemos
fazer experimentos nele e retirar órgãos deles’, esclarece Newman.
E continua: “Eu estou indo a cenários
extremos, mas 15 ou 20 anos atrás apenas fazer estes embriões quiméricos
seria considerado um cenário extremo. É apenas uma estrada que não
deveríamos seguir. Nós não temos nenhuma lei que nos fará parar”.
Ao
que tudo indica, isso não fez com que os pesquisadores recuassem. A
diretora associada de política científica do INS, Carrie Wolinetz fez
uma declaração no site da agência que o motivo de irem em frente com uma
pesquisa que foi negada no passado irá ajudar os pesquisadores da INS.
“Eu estou confiante que essas mudanças
propostas irão possibilitar as pesquisas da comunidade da INS a
desenvolver essa promissora área da ciência de uma forma responsável”,
disse ela.
E não é só isso. Carrie ainda relata que
não é a primeira vez que células humanas são usadas em animais; isso já
aconteceu várias vezes na indústria biomédica.
“Pesquisadores
criaram e usaram modelos animais contendo células humanas por décadas
para obter informações valiosas na biologia humana e no desenvolvimento
de doenças. Por exemplo, as células cancerígenas humanas são
rotineiramente cultivas em ratos para estudar os processos do câncer e
avaliar potenciais estratégias de tratamento”, é o que diz Carrie em
declaração.
Mesmo assim, para os críticos a situação
é completamente diferente. O processo do INS seria injetar
células-tronco humanas em embriões animais em uma fase muito precoce, o
que significaria que as células humanas poderiam teoricamente contribuir
no desenvolvimento do animal. Assim, o animal se tornaria algo meio
humano e meio animal. É por essa razão específica que os críticos são
totalmente contra esse estudo.
De qualquer forma, nem todos parecem
concordar com eles. Alguns, como o diretor da Universidade Columbia,
mestre do programa de bioética, Robert Klitzman, inclusive já defenderam
a pesquisa já que poderia ajudar a curar milhares de pessoas com
doenças. Mas ele sente que deveria ter um comité forte e independente no
estudo para prevenir quaisquer abusos dos pesquisadores.
“Se nós
queremos fazer uma pesquisa sobre a esquizofrenia e o Alzheimer e
depressão, nós não podemos prontamente pegar células cerebrais humanas
com essas doenças, porque não podemos abrir cérebros humanos enquanto as
pessoas estão vivas.
Ao que adiciona: “Nós precisamos ser
cautelosos com as células cerebrais humanas. O que não queremos é um
camundongo ou um chimpanzé que de repente tem qualidades humanas, porque
moralmente isso cria um grande número de problemas”, diz ele.
E você? O que acha disso? Seria uma boa ideia?
Fotos: Organic And Healthy, Reprodução/Facebook
1 Comentários
Isso passa de ser maluco. Até dá medo.
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