BNA trabalha para garantir divisas a todos





O Banco Nacional de Angola assegura estar a trabalhar para que todos os sectores da economia possam ter acesso a divisas, desenvolvendo esforços conjuntos com a banca no sentido de se fazer uma melhor programação da venda de recursos externos, noticiou esta segunda-feira OPaís.

O diário adianta que o banco central afirma estar a trabalhar para assegurar o acesso a divisas a todos os sectores de actividade, resolvendo assim um dos problemas que mais afectam a economia e a sociedade angolana. ‘O BNA informa que decorre um trabalho conjunto entre os Bancos Comerciais e suas áreas competentes, no sentido de se fazer uma melhor programação na venda de divisas, e repor de forma gradual, programada, organizada e prudente, os recursos externos para todos os sectores da economia’, informa o Banco Nacional de Angola em comunicado.

Desde já, o BNA assegura que ‘as vendas de divisas vão manter- se de forma regular, apelando aos vários agentes económicos, com destaque para as empresas, a evitarem o recurso ao mercado informal e impedirem a indexação dos preços dos produtos ao câmbio do mercado paralelo’.

O banco central adianta ainda ter reunido na última semana com a ABANC, a Associação de Bancos de Angola, e com os presidentes ou representantes das administrações de 15 bancos nacionais, com a vista a ‘partilhar informação sobre os desafios do sistema financeiro angolano’. Na primeira quinzena de Julho, o BNA vendeu aos bancos comerciais um montante total de divisas equivalente a USD 597,4 milhões, destinadas à cobertura de operações de carácter prioritário, tais como bens alimentares, ajuda médica, despesas com formação no exterior e telecomunicações, incluindo, igualmente, a cobertura de operações de Organismos do Estado, bem como para os sectores da agricultura, indústria, pescas, energia e água, geologia e minas.

O câmbio com o dólar e euro tem-se mantido estável no mercado primário (onde actuam apenas o BNA e as instituições financeiras) e a o valor do kwanza face ao dólar e ao euro também praticamente não variou nos últimos três meses, assistindo-se apenas a uma pequena depreciação na segunda quinzena de Abril.

A escassez de divisas vem afectando transversalmente toda a sociedade angolana, desde as empresas que não conseguem aceder a matérias-primas, bens intermédios e outros recursos indispensáveis ao seu funcionamento, aos particulares impedidos de enviar para o estrangeiro remessas destinadas ao apoio familiar e a necessidades de educação e saúde, gerando um sem número de situações muito complicadas, como é o caso da situação em que se encontram os bolseiros angolanos no estrangeiro.

O Presidente da República já chamou, por duas vezes nos últimos tempos, a atenção para a necessidade de encontrar, com carácter de urgência, uma solução para o problema criado pela escassez de divisas, com a moeda nacional a disparar no mercado paralelo para uma cotação que supera USD 600. Registe-se que os bancos nacionais continuam, por outro lado, a deparar-se com sérias dificuldades em comprar moeda estrangeira aos seus correspondentes, existindo mesmo o risco, apurou OPAÍS junto de fonte ligada ao sistema financeiro, de virem a ficar sem correspondentes.

TPA com OPaís / EB

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