Soldados em Cabinda em 2010, depois do ataque da FLEC ao autocarro da selecção do Togo |
Em comunicado enviado à Lusa, a direcção político-militar da FLEC/FAC (Forças Armadas Cabindesas) alerta a comunidade internacional que “Cabinda é um território em estado de guerra” e que a circulação de pessoas “é seriamente desaconselhado”.
“A FLEC/FAC não se responsabiliza pelas vítimas e danos colaterais resultantes do conflito em curso”, lê-se no comunicado, assinado pelo porta-voz do movimento, Jean Claude Nzita.
O comunicado acrescenta que esta tomada de posição resulta do “silêncio de Angola a todos os convites para o estabelecimento de um diálogo alargado com todas as forças vivas cabindesas”, tendo em vista “a negociação de um acordo para a paz para Cabinda”.
No comunicado é ainda criticado o “silêncio da comunidade internacional” sobre Cabinda, e “muito particularmente de Portugal, França, Reino Unido, Estados Unidos da América”.
“Cumprindo a missão conferida pelo povo ‘cabindês’, a FLEC/FAC é forçada a retomar a via militar até ao manifesto de uma disposição séria e concreta para o início de um diálogo.
“Desde 1963, a FLEC/FAC tem a missão e o dever de proteger o povo de Cabinda de todas as agressões e humilhações e punir todos os opressores internos e externos”, avisa a organização.
A FLEC luta pela independência de Cabinda, província de onde provém a maior parte do petróleo angolano, e considera que o enclave é um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885.
A organização armada assumiu em Janeiro de 2010 a autoria do ataque, ocorrido nessa altura, em Cabinda, à selecção de futebol do Togo, durante Taça das Nações Africanas. O incidente aconteceu à entrada naquele território, envolvendo tiros de metralhadora que que provocaram um morto e nove feridos na comitiva togolesa.
Fonte : Rede Angola
0 Comentários