O julgamento dos 17 activistas, 15 dos quais em prisão preventiva desde Junho, está a decorrer, neste momento, a portas fechadas e sem a presença da imprensa, que foi retirada após uma pausa que ocorreu entre às 13h30 até às 14h.
O primeiro activista que está a ser ouvido é o Manuel Chivonde Baptista Nito Alves, que além dos crimes de actos preparatórios de rebelião e atentado contra o presidente está também a ser acusado de “falsificação de identidade”.
O julgamento arrancou, às 11h, na 14.ª secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, e durante a fase de leitura do despacho de acusação, do despacho de pronúncia e das intervenções do Ministério Público e das reclamações dos advogados de defesa, os jornalistas puderam trabalhar normalmente no interior da sala de audiências, inclusive recolhendo imagens.
“Vai acontecer o que o José Eduardo [Presidente] decidir. Tudo aqui é um teatro, a gente conhece e sabe bem como funciona [o julgamento]. Por mais argumentos que se esgrimam aqui e por mais que fique difícil de provar esta fantochada, se assim se decidir seremos condenados. E nós estamos mentalizados para a condenação”, afirmou Luaty Beirão em declarações exclusivas à Lusa, durante a pausa do julgamento.
Manifestação
Neste momento, a Polícia Nacional está a dispersar as dezenas de pessoas que se aglomeravam em frente ao Tribunal. Mais cedo, centenas de jovens estavam concentrados numa rua próxima à 14.ª secção do Tribunal Provincial de Luanda, vestindo t-shirts brancas com os dizeres “Justiça Sem Pressão”.
Os jovens estão a postos para participarem numa esperada contra-manifestação, caso ocorra algum protesto por parte dos amigos e familiares dos activistas que estão a ser julgados hoje no tribunal, acusados de “actos preparatórios para prática de rebelião e atentado contra o Presidente da República”. Os jovens chegaram ao local em autocarros, e não quiseram falar ao Rede Angola. Apenas negaram serem militantes do MPLA. Houve distribuição de almoço no local, e alguns dos jovens estão a conduzir motocicletas. Uma carrinha, também localizada a três ruas do tribunal, tem um orador a dizer palavras de ordem.
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