Preço do táxi pode chegar a 120 kwanzas

A informação consta de um memorando do Ministério das Finanças sobre o ajustamento no preço dos derivados do petróleo, depois do aumento dos combustíveis a 30 de abril, e invoca uma fórmula definida para a correlação entre o ajuste dos preços do gasóleo e a formação da tarifa do táxi.
“Ainda que para tal tomássemos os efeitos cumulativos dos últimos ajustes de setembro e dezembro e considerar o presente ajustamento, a tarifa não ascenderia os 120 kwanzas por corrida”, lê-se no documento, que também admite, tendo em conta apenas o último aumento dos combustíveis, uma subida de 5,13 kwanzas (quatro cêntimos) na tarifa.
“Os dados mostram que os aumentos da tarifa com base nos aumentos do preço do gasóleo não são tão significativos”, observa o documento, a que a Lusa teve acesso.
O último dos três aumentos dos preços dos combustíveis, provocado pela redução na subvenção do Estado ao setor, aconteceu na noite de 30 de abril, mas a tarifa oficial nos ‘candongueiros’ (também conhecido como táxi em Angola) permanece nos 100 kwanzas (81 cêntimos de euros) por viagem.
O preço desta “corrida” está hoje abaixo do preço do litro de gasolina na venda ao público, que agora é de 115 kwanzas (94 cêntimos), e ligeiramente acima do de gasóleo, comercializado a 90 kwanzas (73 cêntimos).
Nos últimos sete meses, o preço do litro de gasolina subiu 91%, enquanto o do gasóleo aumentou 125%.
“Estamos preocupados com os aumentos dos combustíveis, já que hoje o combustível chega a ser mais caro do que a nossa tarifa”, apontou o presidente da Associação de Taxistas de Luanda, Manuel Faustino, que a 04 de maio iniciou contactos com o Ministério das Finanças para analisar as mexidas nas tarifas.
Apesar do apelo lançado contra a “especulação nos preços”, na capital angolana já surgem relatos de “corridas” mais curtas e aumentos de preço, apesar de as tarifas terem um valor oficial.
Ainda assim, os profissionais do táxi avisam desde já que a estrutura de custos deste serviço foi fortemente alterada nos últimos meses, pelo que é necessário “atualizar as tarifas”.
Os preços dos combustíveis – tabelados pelo Governo – estavam inalterados desde 2010, quando, em setembro último, se deu o primeiro aumento, com o Estado a começar a reduzir os subsídios.
Até às 23:00 de 30 de abril, o litro de gasolina estava a ser vendido a 90 kwanzas (73 cêntimos) e o de gasóleo a 60 kwanzas (49 cêntimos).
Com esta nova alteração, a gasolina passou a ser vendida em regime de preço livre, até 115 kwanzas (94 cêntimos) por litro, sem qualquer subvenção estatal.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, garantindo 1,8 milhões de barris por dia, mas devido à falta de capacidade nacional de refinação, o país precisa de importar dois terços dos combustíveis e derivados para consumo.

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