Em entrevista nesta terça-feira (5), à Angop a psicóloga da esquadra da centralidade do Kilamba, na área de Polícia de proximidade, Ana Bela, disse que a festa envolve adolescentes com idades entre os 15 e 18 anos, que na ausência dos pais e encarregados de educação, endereçam convite aos amigos e colegas de escola para participarem em festas de segunda a sexta-feira.
“ Já apanhamos em flagrante delito, depois de denúncia dos vizinhos, adolescentes e jovens nestes ambientes onde se consome muita bebida alcoólica com destaque para amarula, caipirinha com uma doze acentuada de vodka, para além de outras drogas com realce para a liamba”, explicou.
De acordo com a responsável, também formada em ciências sociais, os convites são feitos através de redes sociais, onde as meninas levam cigarros e preservativos e os rapazes bebidas. Geralmente acabam por reunir-se 30 a 50 pessoas.
“ Os adolescentes fazem de tudo um pouco nestas festas (…) as meninas perdem a cabeça e até estão propensas aos abusos sexuais, ofensas morais e são os vizinhos agastados que ocorrem à esquadra policial para fazer a denúncia”, referiu.
A psicóloga adiantou que estas festas são consequência da vida agitada que os pais levam “ pois saem de manhã e só estão de volta a noite e muitos não se apercebem o que acontece em suas casas. Só quando a PN notifica os pais e mostram as evidências dos factos é que reagem.
Disse que os adolescentes em conflito com a Lei são recolhidos, notificados os pais ou encarregados de educação e posteriormente passam por um acompanhamento psicológico, incluindo a família.
Por sua vez o presidente da Centralidade do Kilamba , Joaquim Israel, apelou aos encarregados de educação para prestar maior atenção aos seus educandos e responsabiliza-los pelos actos que praticam.
Joaquim Israel afirmou ser importante que os encarregados prestem atenção as denuncias feitas contra os filhos, porque em muitos casos os vizinhos denunciam, mas são ignorados porque os pais não acreditam que os filhos estão envolvidos em praticas ilícitas.
No entanto o segundo comandante da Brigada Escolar, a nível de Luanda, inspector chefe Mateus Rodrigues, considerou que esta situação, que carece de uma maior atenção dos pais e encarregados de educação, a semelha-se ao fenómeno “mata aula a sexta-feira”, em que os alunos saem de casa para a escola e não chegam ao destino.
O oficial da corporação, igualmente porta-voz do comando de Luanda da Policia Nacional, defendeu a necessidade de haver comunicação constante entre os encarregados de educação e a escola.
“ Se em determinada hora a criança sai de casa para escola e não é controlada, encontra-se um vazio que permite estes desvios anti-sociais”, referiu o oficial.
Sublinhou que o número de adolescente que participa neste tipo de festas é preocupante e carece do envolvimento de toda sociedade para ajudar, no sentido destes (menores) serem afastados do álcool e drogas o mais cedo possível.
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